Um perfil do jornalismo investigativo ao redor do mundo

Mzilikazi wa Afrika, David Leigh, Sheila Coronel, Gustavo Gorritti e Rana Sabbagh (Foto: Carolina Lomelino)
Cinco expoentes do jornalismo investigativo no mundo trocaram experiências sobre trabalhos recentes e conversaram sobre os rumos da profissão no primeiro dia da Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Reunidos no ginásio da PUC-Rio, a professora de prática profissional em jornalismo investigativo na Universidade de Columbia, Sheila Coronel, mediou o encontro entre renomados jornalistas investigativos como David Leigh, da Inglaterra, e Gustavo Gorritti, do Peru. Também participaram do debate Mzilikazi wa Afrika, presidente do Fórum do Jornalistas Investigativos Sul-africanos, e Rana Sabbagh, diretora da  Arab Reporters for Investigative Journalism (ARIJ). Nos países onde atuam, todos relataram enfrentar pressões políticas, econômicas e sociais. O sul-africano Mzilikazi wa Afrika ganhou um processo judicial e o principal prêmio de jornalismo investigativo do país, após escrever sobre seu sequestro e prisão motivados por uma denúncia de superfaturamento no valor do aluguel de um prédio pelo governo africano. “Se você não for corajoso, não consegue fazer uma grande investigação”, ponderou Afrika.

Arquivos ajudam a revelar histórias esquecidas

Ocultas em arquivos, histórias reveladoras podem estar esquecidas, à espera de alguém que as descubra. Esta é a lição da mesa Investigações Históricas, que contou com a presença dos jornalistas José Raul Olmos, do mexicano Diario AM;  Germán Jiménez, do portal El Colombiano; e Ewald Scharfenberg, correspondente do jornal El País na Venezuela, com a mediação de Luis Jaime Cisneros, diretor do Ipys. Luis Cisneros, Raul Olmos, Germán Jiménez e Ewald Scharfenberg
Impulsionados pela História, a paixão pela profissão e a vontade de desmascarar fatos ocultos, Scharfenberg, Jiménez e Olmos foram fundo na investigação em arquivos históricos para descobrir mensagens, cartas e ofícios que ajudaram a reconstruir capítulos desconhecidos do exercício do poder. A prática fundamental para o jornalismo investigativo, contudo ainda pouco explorada, na visão de Olmos. “Para isto é necessário paciência, perseverança, olhar crítico e capacidade de atar fios para encadear histórias atrativas”, explicou Olmos.