A voz dos sobreviventes do ‘holocausto brasileiro’

No domingo (13) à tarde, uma fila se estendia pelo pilotis da PUC-Rio. O motivo era a sessão de autógrafos do livro da jornalista mineira Daniela Arbex, “O Holocausto Brasileiro”, em meio à Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Na obra, a autora resgatou os horrores do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, responsável pela morte de mais de 60 mil pessoas. Sessão de autógrafos com Daniela Arbex (Foto: Guilherme Ramalho)
Inaugurado em 1903, o maior hospício do Brasil recebia, em condições desumanas, pessoas sem sintomas de loucura ou insanidade. Repórter do jornal Tribuna de Minas, Daniela descobriu o caso em 2009, folheando um livro que continha parte de fotos do interior do hospício feitas pelo fotógrafo Luiz Alfredo, da revista “O Cruzeiro”, em 1961.

A contribuição social prestada pelo jornalismo investigativo

Uma equipe de jornalismo investigativo bem treinada tende a contribuir de forma significativa para o desenvolvimento social de seu país, segundo Lafontaine Orvild, do Haiti Grassroots Watch. Neste sábado (12), Orvild, um dos criadores do primeiro Laboratório de Jornalismo Investigativo do Haiti, participou, ao lado de Daniela Arbex, do Tribuna de Minas, da mesa “Investigando a pobreza e o desenvolvimento”. Com a mediação de Jane Regan, da State University of Haiti, a atividade fez parte da programação da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que acontece até terça (15), na PUC-Rio. Jane Regan e Lafontaine Orvild: as ideias do educador brasileiro Paulo Freire funcionam como inspiração para o treinamento realizado com os jornalistas. (Foto: Renata Fontanetto)
Recentemente, o grupo coordenado por Jane produziu um dossiê sobre as atividades mineradoras instaladas no norte da República do Haiti, denunciando a falta de transparência nas concessões de empresas americanas e canadenses.