Caco Barcellos e José Hamilton: duas gerações e uma só paixão

Ninguém queria perder a oportunidade de assistir a um dos encontros mais marcantes  do primeiro dia da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que acontece na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) até terça-feira (15). Caco Barcellos, repórter e editor do “Profissão Repórter”, da TV Globo, e José Hamilton Ribeiro, responsável pela direção do tradicional “Globo Rural”, da mesma emissora, estiveram juntos, neste sábado (12), para compartilharem suas experiências e sua paixão em comum pelo jornalismo. O encontro entre as duas gerações da boa reportagem, oportunamente intitulado “Profissão: repórteres”, fez o número de público superar a capacidade do auditório. Aos que ficaram de fora, restou exigir a abertura das portas. Por fim, a palestra foi repetida.

Faustini: “Quer me matar? Entra na fila!”

Depois de 35 anos de jornalismo, Eduardo Faustini não se arrepende de nenhuma reportagem que fez. Mesmo que, para seguir com o seu trabalho, seja obrigado a se cercar de seguranças e carros blindados 24 horas por dia. Tem vida social restrita e, em casos de urgência, sai do país. Insiste em atender todas as ligações do público, mas ao receber algum envelope ou caixa pelo correio, manda para o raio-x da Rede Globo. Suas matérias vão ao ar aos domingos.

Rostos invisíveis: De frente com as faces ocultas do jornalismo

Três grandes nomes estiveram presentes na palestra sobre Reportagem com Câmera Escondida no segundo dia da Conferência Global de Jornalismo Investigativo 2013, um deles foi Eduardo Faustini, jornalista da TV Globo. André Luiz Azevedo, também da TV Globo e Fernando Molica, ex-diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e editor no jornal O Dia, também participaram da mesa. Conhecer o rosto de Eduardo Faustini foi privilégio dos cerca de 150 participantes presentes, já que não foi permitido filmar ou fotografar o especialista em câmera escondida.“Eu consigo fazer meu trabalho por causa desta ocultação”, explicou o repórter. Enquanto Eduardo Faustini mantem sua identidade resguardada, André Luiz Azevedo é muitas vezes o rosto de suas reportagens. “O Faustini me botou na cara do gol e eu tive o privilégio de não chutar pra fora” elogiou o colega de trabalho. Durante a palestra, foram citados exemplos de matérias feitas com câmera escondida. Foi exibida uma reportagem sobre denúncias de abuso sexual de um médico ortopedista que atendia pacientes em um Posto de Atendimento Médico (PAM), da Zona Norte do Rio de Janeiro. Na opinião de Faustini, a repórter encarregada de flagrar as atitudes indevidas do médico conseguiu o melhor enquadramento da câmera escondida até hoje.