Os desafios de seguir o dinheiro de grandes empresas

David Cay Johnston, presidente do IRE. Foto: Rafael Rezende
Investigar crimes financeiros é um dos trabalhos mais complexos do jornalismo. Os palestrantes da mesa “Investigando fraudes financeiras” contaram os bastidores de investigações jornalísticas e destacaram as dificuldades de apurar irregularidades na área econômica, especialmente quando elas envolvem grandes empresas, nesta segunda-feira (14), durante a 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo. O jornalista David Cay Johnston, presidente do Investigative Reporters and Editors (IRE), deu dicas sobre como investigar crimes financeiros. Ele disse que é fundamental que o jornalista tenha noções de contabilidade.

Redes de assistência legal protegem jornalistas investigativos

O jornalista investigativo precisa da assistência das redes de proteção à liberdade de expressão para tornar a profissão mais segura. Esta foi a principal mensagem passada pelos palestrantes da mesa “Contra-ataque: ferramentas legais e outros recursos contra violações”, realizada domingo (13), na 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Eles destacaram que o suporte de associações de jornalistas, sindicatos e organismos internacionais é uma das formas mais eficientes de fazer valer o direito à informação. Segundo Peter Noorlander, diretor da Media Legal Defence Initiative, ONG do Reino Unido que presta assistência jurídica a jornalistas, os profissionais devem estreitar relações com grupos que defendem a liberdade de expressão. Noorlander enfatizou que o jornalista precisa ser corajoso para enfrentar as ameaças: “o importante é que ele lute, reaja e nunca se cale para fazer valer seus direitos”.

“É preciso errar muito para encontrar o modelo de negócio sustentável”

Foto: Victor Sena
O modelo de negócio mais adequado para uma organização de jornalismo investigativo depende de suas características e objetivos. Para Reg Chua, editor de dados e inovação na Thomson Reuters, Sheila Coronel, do  Centro Filipino de Jornalismo Investigativo (PCIJ) e Charles Lewis, diretor do Investigative Reporting Workshop, da American University School of Communication, neste ramo ainda não existe uma fórmula ideal para financiar projetos sem fins lucrativos. Os jornalistas estiveram juntos, neste sábado (12), na mesa “O Jornalismo Investigativo como Negócio: Que Modelos Funcionam?”, mediada por Kevin Davis, diretor-executivo da Investigative News Network (INN), que integra a programação da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, realizada na PUCRJ até terça (15). Os três concordam que as novas organizações precisam experimentar diferentes meios de financiamento até encontrar as formas mais apropriadas ao seu projeto. Para captar recursos, ressaltam, é fundamental definir o tipo de conteúdo jornalístico que se pretende produzir e deixar claro para o público quem financia as investigações.