Cobertura dos protestos de junho foi “bipolar”, avalia Bruno Paes Manso

Apesar de ainda não estar registrado nos livros de história, o mês de junho de 2013 já pode ser considerado um momento emblemático para o Brasil. As manifestações populares tomaram as ruas e surpreenderam o país, incluindo os jornalistas, por sua dimensão e descentralização das reivindicações. Envolvida nesse cenário enigmático, a imprensa se viu diante de um “campo minado”, o que resultou em uma cobertura marcada por mudanças de posicionamento na abordagem dos protestos. “Nós fomos  um pouco bipolares, estávamos assustados, era tudo novo. Depois, houve os ataques da polícia e a gente mudou.

O jornalismo de prateleira e a necessidade de buscar novas fontes

Com mais de 40 anos de experiência como jornalista, José Paulo Kupfer, palestrante da mesa “Velhas Fontes, Velhos Vícios: Como renovar as vozes do jornalismo econômico”, do segundo dia da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, foi categórico em sua análise sobre a atual conjuntura da cobertura jornalística de economia. O colunista do Estadão criticou o que ele chama de “jornalismo de prateleira”. José Paulo Kupfer na GIJC 2013
Para Kupfer, há entre os profissionais das redações uma acomodação na busca por novas fontes,  fenômeno que considera ainda mais recorrente no jornalismo econômico, resultando em uma cobertura hegemônica, ausente de visões diversificadas sobre a economia brasileira. “É como se as fontes estivessem nas prateleiras do supermercado. O repórter chega na redação e sabe o que vai encontrar.