Reportagens investigativas recebem prêmios no Theatro Municipal

Não apenas de palestras, cursos e workshops foi feita a 8° Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Também houve o momento onde os memoráveis trabalhos de investigação tiveram o devido reconhecimento. O local escolhido para abrigar, na noite desta segunda (14), a coroação das reportagens, foi o  Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A noite iniciou em grande estilo com a homenagem prestada pela Abraji ao jornalista Marco Sá Correa. O autor da reportagem premiada com menção honrosa do Esso em 1977, sobre os detalhes da Operação Brother Sam, foi prestigiado com um vídeo que contou com o depoimento de doze colegas de profissão, dando-nos a dimensão da importância deste jornalista na história da comunicação.

“Liberdade de expressão é o termômetro da sociedade democrática”, diz relator da ONU

“Somente uma sociedade bem informada pode exercer seu direito à participação democrática para poder construir opiniões e tomar livremente suas decisões”, afirma o relator especial sobre a promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e de expressão da ONU, Frank La Rue. A crise na liberdade de expressão na imprensa foi debatida neste sábado 12 de outubro, na plenária de abertura da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que  acontece no Rio de Janeiro. Além de La Rue, a mesa contou com a presença da relatora especial para liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Catalina Botero, e com a diretora da divisão de comunicação estratégica do departamento de informação pública da ONU, Deborah Seward. Apenas 14% da população mundial vivem em países com plena liberdade de imprensa, é o que aponta o levantamento feito pela ONG Freedom House. Governos repressivos, como da Colômbia, Venezuela e Equador criaram órgãos especiais para controlar o trabalho da imprensa.

Leis brasileiras são entrave para publicação de biografias de figuras públicas, afirmam escritores

Liberdade de expressão e preservação da memória: as principais propostas das biografias históricas estão sendo ameaçadas pela lei. É o que afirmam os escritores Mário Magalhães e Audálio Dantas, que falaram sobre os desafios de escrever uma biografia não autorizada na manhã de hoje (14), no Congresso Global de Jornalismo Investigativo. Para Audálio — autor do livro que conta a história do jornalista Vlado Herzog –, o pagamento de 10% sobre o valor das vendas para biografados ou familiares e empresários é “uma ação contra a liberdade de expressão”. Para escrever As duas guerras de Vlado Herzog, o jornalista foi procurar informações sobre a vida de seu personagem no Arquivo Nacional. “Eu tinha em mãos a autorização da família para ver os documentos, mas me disseram que eu precisava apresentar o atestado de óbito.

Investigação e uso de dados abertos

“Vamos fazer magia”. Assim  Giannina Segnini começou sua palestra na tarde de sábado (13) sobre a investigação do crime organizado através do uso de dados disponíveis na internet. O uso de sites de busca específicos para investigação de tráfico de drogas e armas foi o principal foco da mesa de Giannina. A investigação intermediada por sites de busca e pesquisa avançada, porém, pode apresentar riscos para os jornalistas. A apuração em reportagens investigativas é, como se sabe, fator essencial para fugir da divulgação de informações falsas ou manipuladas pelo poder público.