Para Mauri König, diretor da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e repórter especial da Gazeta do Povo, nesta última década a qualidade do jornalismo investigativo brasileiro cresceu na América Latina.
No showcase “as melhores investigações latinoamericanas da última década”, realizada domingo (13), na PUCRJ, o repórter destacou duas reportagens nacionais que ganharam especial destaque para ilustrar sua afirmação: “As Guerras Desconhecidas do Brasil”, de Leonêncio Nossa e Celso Junior, e a série “Diários Secretos”, de Karlos Kohlbach, Katia Brembatti, James Alberti e Gabriel Tabatcheik .
“Essas são reportagens que eu gostaria de ter feito na minha vida. Grandes investigações como essas exigem muita paciência, pesquisa e tempo de dedicação”, afirmou König, na mesa que compôs o segundo dia de programação da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que acaba nesta terça (15).
Publicada em 2010 pelo Estado de S.Paulo, a série de reportagens “As Guerras Desconhecidas do Brasil” acumulou diversas premiações importantes, como o Prêmio Latino-Americano de Jornalismo Investigativo e o Prêmio de Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), entre outros.
Os repórteres Leonencio Nossa (texto) e Celso Junior (fotografia) saíram em uma grande viagem pelo interior do Brasil para descobrir personagens e registros de episódios que não constam na historiografia oficial.
A investigação, de 17 meses, revelou que 556 civis foram mortos em 32 revoltas populares no século 20, sem que nada fosse noticiado.
Já a série “Diários Secretos”, uma parceria entre a Gazeta do Povo e a RPC TV publicada em 2010, desvendou um esquema de desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa do Paraná.
Os jornalistas Karlos Kohlbach, Katia Brembatti, James Alberti e Gabriel Tabatcheik gastaram dois anos de trabalho, entre montar um grande banco de dados com 724 diários oficiais da Assembleia e sair a campo para confirmar.