Quatro reportagens investigativas que abalaram governos da América do Sul

Corrupção, escândalos com fraudes de contratos e violação de leis em países da América do Sul foram os elementos presentes na palestra “Investigações sobre negócios ilegais”, na manhã desta terça-feira (15), último dia da Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Profissionais da Colômbia, Equador, Chile e Brasil apresentaram detalhes de como realizaram investigações sobre escândalos nacionais e abordaram os resultados do trabalho na mudança da realidade dos países. Confira investigações marcantes:
1)    Colonos sem terra, violência de organizações paramilitares e apropriações de empresas na Colômbia
A jornalista Ivonne Rodrigues, do “Verdad Abierta”, trouxe ao público os detalhes sobre sua investigação a respeito das terras e a violação dos direitos de camponeses, índios e afrodescendentes na Colômbia. O foco da investigação foi a reserva de Altillanura, zona que o presidente Juan Manuel Santos prioriza para a ocupação de empresas chamadas de “locomotoras agrícolas”. No entanto, um passado obscuro faz parte da história dessas terras.

“Todo papel tem um DNA que revela a impressora de origem”, alerta investigador particular

“Qualquer papel impresso é marcado com uma estampa microscópica de pontos amarelos que são únicos para cada impressora ou copiadora. Isso permite rastrear a fonte daquele documento”, revelou o investigador particular Jim Mintz. Trata-se de um programa do Serviço Secreto americano, criado para impedir que as pessoas imprimam dinheiro. Segundo ele, um catálogo contendo essas informações é entregue para os órgãos responsáveis por investigar falsificação de dinheiro em cada país. “Se o jornalista conseguir documentos vazados, o melhor é fazer uma cópia e guardar o original.

“Dar voz aos esquecidos é dever do jornalismo investigativo”, defende Cabrini

Uma reportagem só vale a pena se mudar a vida das pessoas. Essa é a convicção de Roberto Cabrini, um dos jornalistas investigativos mais premiados do Brasil, sobre a função social da imprensa. Na palestra “A Casa dos esquecidos: insanidade, abandono e violência” neste sábado (12), na Conferência Global de Jornalismo Investigativo, Cabrini defendeu que todo jornalismo deve ser investigativo, embora reconheça que as redações atuais sejam guiadas pelo automatismo e pela falta de apuração. No comando do “Conexão Repórter”, do SBT, Cabrini cita princípios fundamentais do jornalismo. (Foto: Lucas Torres)
“Muitos repórteres saem da redação com uma convicção e querem editar o conteúdo de acordo com o que é conveniente a ele ou à empresa para que trabalhe.