Investigação e uso de dados abertos

“Vamos fazer magia”. Assim  Giannina Segnini começou sua palestra na tarde de sábado (13) sobre a investigação do crime organizado através do uso de dados disponíveis na internet. O uso de sites de busca específicos para investigação de tráfico de drogas e armas foi o principal foco da mesa de Giannina. A investigação intermediada por sites de busca e pesquisa avançada, porém, pode apresentar riscos para os jornalistas. A apuração em reportagens investigativas é, como se sabe, fator essencial para fugir da divulgação de informações falsas ou manipuladas pelo poder público.

Miriam Leitão: “o jornalista precisa estar aberto a mudanças”

Uma das mais importantes colunistas e comentaristas do país, Miriam Leitão admite: quer “morrer na reportagem”. Depois de dar uma palestra, responder a perguntas, conceder autógrafos e tirar fotos, Miriam Leitão conversou com a equipe de cobertura do Congresso da Abraji nas escadas de um dos prédios da PUC-Rio. Nesta entrevista, ela conta que a inspiração para a apuração de Paraíso Sitiado, reportagem sobre a qual palestrou, foram as grandes histórias que marcaram o jornalismo impresso. “Eu sou entendida, eu sou vista, como uma jornalista multimídia, mas um segredo aqui entre nós: eu amo o jornalismo impresso”, disse . A sua perspectiva sobre os índios mudou depois que você fez a reportagem?

Arquivos ajudam a revelar histórias esquecidas

Ocultas em arquivos, histórias reveladoras podem estar esquecidas, à espera de alguém que as descubra. Esta é a lição da mesa Investigações Históricas, que contou com a presença dos jornalistas José Raul Olmos, do mexicano Diario AM;  Germán Jiménez, do portal El Colombiano; e Ewald Scharfenberg, correspondente do jornal El País na Venezuela, com a mediação de Luis Jaime Cisneros, diretor do Ipys. Luis Cisneros, Raul Olmos, Germán Jiménez e Ewald Scharfenberg
Impulsionados pela História, a paixão pela profissão e a vontade de desmascarar fatos ocultos, Scharfenberg, Jiménez e Olmos foram fundo na investigação em arquivos históricos para descobrir mensagens, cartas e ofícios que ajudaram a reconstruir capítulos desconhecidos do exercício do poder. A prática fundamental para o jornalismo investigativo, contudo ainda pouco explorada, na visão de Olmos. “Para isto é necessário paciência, perseverança, olhar crítico e capacidade de atar fios para encadear histórias atrativas”, explicou Olmos.

Na linha de frente: os desafios e riscos da cobertura de zonas de conflito

Na semana em que o International News Safety Institute (INSI) realizou um treinamento de segurança para 20 jornalistas mulheres no Cairo, capital do Egito, a Conferência Global de Jornalismo Investigativo promove o debate sobre as dificuldades enfrentadas por aqueles que se posicionam desarmados na linha de frente do combate. Segundo dados do Comitê de Proteção aos Jornalistas, a Síria é hoje o país mais perigoso para a prática do jornalismo, com um total de 17 mortos em 2013 e mais de 200 desde o começo da guerra civil há dois anos e meio. Em comparação, ao longo dos seis anos da Guerra do Iraque (2003-2009), 139 jornalistas foram mortos, sendo a maioria iraquianos (veja o infográfico abaixo). Apesar dos números alarmantes, o jornalista da revista Tempo da Indonésia, Edi Pramono Stefanus Teguh, acredita que a reportagem em zonas de conflito deve ir além do relatório de óbitos e incidentes. “Cobrir a guerra não é apenas sobre a guerra.

Os verdadeiros interesses dos grandes eventos esportivos

Follow the money. A famosa frase imortalizada por Garganta Profunda no filme “Todos os homens do presidente” é uma lição que os jornalistas Lúcio de Castro, Andrew Jennings e Rob Rose aprenderam após anos de investigações esportivas. Na palestra realizada nesse sábado no auditório Del Castilho, na Conferência Global de Jornalismo Investigativo, Lúcio de Castro contou detalhes de como investigou, em 2009, o então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira. “Todos os caras assim têm um homem de finanças por trás. Faltava descobrir quem era esse cara”.