Para diretor da IRE, jornalismo de dados é possível mesmo em países pouco transparentes

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A transparência de governos e empresas desempenha papel importante para as investigações jornalísticas, mas, para Mark Horvit, diretor-executivo da Repórteres e Editores Investigativos (IRE, na sigla em inglês), “sempre é possível fazer jornalismo de dados, independente de onde você estiver”. Professor associado da Escola de Jornalismo da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, Horvit ministrou um workshop sobre uso de banco de dados para iniciantes, na Conferência Global de Jornalismo Investigativo.

Segundo o jornalista, ótimos dados têm vindo de países onde o governo não colabora com a divulgação de números. “Em alguns países há a quantidade mínima (de informação), e em alguns lugares o governo não dá dado algum. Você encara matérias diferentes e, também, maneiras diferentes de conseguir o conteúdo”, destaca Horvit, especialista em Reportagem Assistida por Computador (RAC) e participante de programas como o Instituto Nacional de Reportagem Assistida por Computador (Nicar, na sigla em inglês).

Para trabalhar com dados que darão vida a histórias, Horvit indica o programa Access, da Microsoft. Similar ao Excel, o Access facilita o manuseio de informações por permitir que menos colunas sejam usadas de cada vez.

Mark Horvit

“Os gerenciadores de banco de dados oferecem melhores possibilidades de pegar uma imensa e diversa quantidade de informações, usando o conteúdo escolhido e fazendo com que ele faça sentido”, esclarece o jornalista.

Horvit lembra que ambos os programas são ferramentas importantes, capazes de somar, fazer média e realizar outras operações matemáticas. Para quem tem interesse na área, ele indica cursos online, como os oferecidos pelo Knight Digital Media Center, da Universidade de Berkeley, na Califórnia.

“É muito melhor aprender as dicas voltadas para jornalistas do que ir para uma universidade local e ter cursos de Excel ou banco de dados. Nós ensinamos de uma forma que faz sentido para alguém tentando encontrar uma história naqueles números”, recomenda, recordando que a IRE é uma das organizações que têm cursos especializados em jornalismo de dados.

Texto e foto: Gabriela Caesar (PUC-Rio)

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