Jornalistas debatem cobertura das violações aos direitos humanos na América Latina

Colombianos afetados pelas guerrilhas, abusos sexuais praticados por um sacerdote na Argentina e massacre de civis na Guatemala. Cobrir este cenário de violação aos direitos humanos requer sensibilidade e atenção, qualidades que os jornalistas Luz Maria Sierra, da revista colombiana Semana, Ana Arana, da Fundación Mepi, e Daniel Enz, da revista Análisis, demonstraram ter de sobra ao apresentar os bastidores de suas reportagens na mesa “Investigações sobre direitos humanos”, realizada nesta segunda-feira (14) na Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Marianella Balbi, Luz Maria Sierra e Daniel Enz
Segundo Luz Maria, há mais de 5 milhões de vítimas de guerrilhas na Colômbia. Esse dado consta em uma grande reportagem realizada pela equipe de profissionais da Semana, um trabalho que ficou conhecido como “Proyecto víctimas”. A ideia, nas palavras da jornalista, era explorar a plataforma multimídia, dando visão a um processo que durou mais de oito meses.

A contribuição social prestada pelo jornalismo investigativo

Uma equipe de jornalismo investigativo bem treinada tende a contribuir de forma significativa para o desenvolvimento social de seu país, segundo Lafontaine Orvild, do Haiti Grassroots Watch. Neste sábado (12), Orvild, um dos criadores do primeiro Laboratório de Jornalismo Investigativo do Haiti, participou, ao lado de Daniela Arbex, do Tribuna de Minas, da mesa “Investigando a pobreza e o desenvolvimento”. Com a mediação de Jane Regan, da State University of Haiti, a atividade fez parte da programação da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que acontece até terça (15), na PUC-Rio. Jane Regan e Lafontaine Orvild: as ideias do educador brasileiro Paulo Freire funcionam como inspiração para o treinamento realizado com os jornalistas. (Foto: Renata Fontanetto)
Recentemente, o grupo coordenado por Jane produziu um dossiê sobre as atividades mineradoras instaladas no norte da República do Haiti, denunciando a falta de transparência nas concessões de empresas americanas e canadenses.