Informações públicas podem expor graves casos de corrupção

A importância do uso de informações públicas em processos de investigação sobre crime organizado e corrupção entre agentes de segurança do Estado deram o tom nas palestras realizadas pelos jornalistas Carlos Martínez, do El Faro (El Salvador), Martha Soto, do El Tiempo (Colômbia) e Mauri König, da Gazeta do Povo (Brasil). Para os repórteres, é possível realizar grandes trabalhos jornalísticos aliando esse tipo de dados a uma atuação de imersão e à aposta em fontes humanas. Martínez apresentou a experiência de uma reportagem em que denunciava um acordo entre o governo salvadorenho e as Pandillas, grupos criminosos responsáveis por um grande número de mortes no país, para reduzir a taxa de homicídios. “Durante um ano convivemos com os grupos, conversamos com informantes da área de segurança estatal e das Pandillas. e descobrimos que o governo estava fazendo um acerto com elas, sem realmente realizar ações que resolvessem o problema da violência”, explicou.

Joaquim Barbosa critica a falta de preparo dos jornalistas na cobertura do STF

Rosental Alves e Joaquim Barbosa (Foto: Olívia Freitas)
O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, criticou, nesta segunda-feira (14), a atuação jornalística na cobertura do STF. Segundo ele, a imprensa é monotemática e despreparada para cobrir a pauta. Barbosa participou da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que acontece na PUC-Rio até terça (15). A mesa “Brasil – avanços e retrocessos instituições” também contou com a presença do professor da Universidade do Texas Rosental Alves e do colunista da Folha de S.Paulo Fernando Rodrigues. “Sinto falta de uma cobertura com especialização e profissionalismo.

“É preciso errar muito para encontrar o modelo de negócio sustentável”

Foto: Victor Sena
O modelo de negócio mais adequado para uma organização de jornalismo investigativo depende de suas características e objetivos. Para Reg Chua, editor de dados e inovação na Thomson Reuters, Sheila Coronel, do  Centro Filipino de Jornalismo Investigativo (PCIJ) e Charles Lewis, diretor do Investigative Reporting Workshop, da American University School of Communication, neste ramo ainda não existe uma fórmula ideal para financiar projetos sem fins lucrativos. Os jornalistas estiveram juntos, neste sábado (12), na mesa “O Jornalismo Investigativo como Negócio: Que Modelos Funcionam?”, mediada por Kevin Davis, diretor-executivo da Investigative News Network (INN), que integra a programação da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, realizada na PUCRJ até terça (15). Os três concordam que as novas organizações precisam experimentar diferentes meios de financiamento até encontrar as formas mais apropriadas ao seu projeto. Para captar recursos, ressaltam, é fundamental definir o tipo de conteúdo jornalístico que se pretende produzir e deixar claro para o público quem financia as investigações.