A contribuição social prestada pelo jornalismo investigativo

Uma equipe de jornalismo investigativo bem treinada tende a contribuir de forma significativa para o desenvolvimento social de seu país, segundo Lafontaine Orvild, do Haiti Grassroots Watch. Neste sábado (12), Orvild, um dos criadores do primeiro Laboratório de Jornalismo Investigativo do Haiti, participou, ao lado de Daniela Arbex, do Tribuna de Minas, da mesa “Investigando a pobreza e o desenvolvimento”. Com a mediação de Jane Regan, da State University of Haiti, a atividade fez parte da programação da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que acontece até terça (15), na PUC-Rio. Jane Regan e Lafontaine Orvild: as ideias do educador brasileiro Paulo Freire funcionam como inspiração para o treinamento realizado com os jornalistas. (Foto: Renata Fontanetto)
Recentemente, o grupo coordenado por Jane produziu um dossiê sobre as atividades mineradoras instaladas no norte da República do Haiti, denunciando a falta de transparência nas concessões de empresas americanas e canadenses.

No México, violência contra jornalistas cresce e noticiário de violência desaparece

As denúncias de casos de agressão contra jornalistas no México chegaram a 225, entre janeiro e setembro deste ano. Dentre estes casos, dois profissionais morreram. Outros 33 deixaram o país sob ameaça. Além da violência do crime organizado, cujo principal braço é o narcotráfico que assumiu o controle de regiões inteiras do país, existe uma grave situação de censura institucional no país. Outros casos foram o sequestro coletivo de uma equipe de jornalistas, incêndio de carros de reportagem e até uma granada lançada contra a sede de um periódico.

Como fazer jornalismo investigativo na China

A China ocupa a 173ª posição em uma lista de 179 países sobre liberdade de imprensa produzida pela organização Repórteres sem Fronteiras. Como é fazer um trabalho investigativo neste cenário? Tentando responder esta pergunta, a mesa “China e Jornalismo Investigativo”, com os jornalistas Ying Chan, Tiaqin Ji.e Reg Chua, lotou uma das salas da Conferência Global de Jornalismo Investigativo. “A longo prazo, vejo luz no futuro, mas a curto prazo está muito difícil”, afirma Ying Chan. A luz no futuro é a interatividade da web 2.0, que chegou à China em 2008 com a Sina Weibo, rede social mais popular do país.

“Dar voz aos esquecidos é dever do jornalismo investigativo”, defende Cabrini

Uma reportagem só vale a pena se mudar a vida das pessoas. Essa é a convicção de Roberto Cabrini, um dos jornalistas investigativos mais premiados do Brasil, sobre a função social da imprensa. Na palestra “A Casa dos esquecidos: insanidade, abandono e violência” neste sábado (12), na Conferência Global de Jornalismo Investigativo, Cabrini defendeu que todo jornalismo deve ser investigativo, embora reconheça que as redações atuais sejam guiadas pelo automatismo e pela falta de apuração. No comando do “Conexão Repórter”, do SBT, Cabrini cita princípios fundamentais do jornalismo. (Foto: Lucas Torres)
“Muitos repórteres saem da redação com uma convicção e querem editar o conteúdo de acordo com o que é conveniente a ele ou à empresa para que trabalhe.

Como investigar e outras histórias: entrevista com Andrew Jennings

Com 46 anos de carreira, o repórter Andrew Jennings revelou bastidores de entidades esportivas, como o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a Fifa (Federação Internacional de Futebol). Bem-humorado e atencioso, o jornalista escocês está sempre aberto para dar entrevistas e ensinar os caminhos da profissão.  Nesta entrevista, o autor de “Jogo Sujo – o Mundo Secreto da Fifa” fala sobre sua trajetória profissional, comenta o significado dos protestos de junho e dá dicas para jornalistas iniciantes começarem suas próprias investigações. Como e quando surgiu seu interesse por investigar esportes? Andrew Jennings na Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Foto: Katryn Dias
Na realidade, eu nunca investiguei esportes e não sei nada sobre esportes.

Como utilizar ferramentas de buscas nas redes sociais

A corrida por cadeiras extras já anunciava a expectativa criada em torno da mesa “Monitorando redes sociais: para pautas quentes ou frias”, que aconteceu na manhã de sábado, segundo dia da Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que vai até terça  na PUC-Rio. Nils Mulvad, professor e sócio na empresa dinamarquesa de consultoria em jornalismo Kaas & Mulvad, encarou com bom humor os problemas técnicos e de espaço e incentivou os ouvintes a se “apertarem” para que todos pudessem acompanhar. “O trabalho que estamos fazendo tem que mudar e rápido. As mídias sociais e móveis são a chave para sobreviver”, anunciou o especialista em novos métodos de jornalismo de dados e uso de redes sociais. A previsão que, para muitos já está consolidada, ainda cria certo desconforto entre os mais reticentes a assimilar as novas plataformas de produção de conteúdo na web.

Professor da Universidade do Texas ensina como proteger privacidade de dados

A espionagem eletrônica está no epicentro das discussões sobre a privacidade dos dados na internet. O Brasil se mostrou um dos alvos preferenciais de espiões do governo americano nas denúncias que surgiram na imprensa nos últimos meses. Estas ações atingiram até a presidente Dilma Rousseff e alguns ministros do governo brasileiro. A devassa de informações pessoais como e-mails e telefones levou Dilma a discursar na ONU pedindo a criação de um marco regulatório para a internet. Esta crise mostrou a fragilidade da privacidade na rede.

Usando o Google em favor de suas pautas: busca avançada, Trends e Public Data

O Google não se limita à ferramenta de busca, e a ferramenta de busca não se limita à pesquisa simples. Muitos usuários não tiram proveito de todo o potencial dos aplicativos do Google, e para jornalistas, é particularmente importante saber usá-los bem. Guilherme dos Anjos é gerente de contas sênior da empresa e sua esposa é jornalista, então ele sabe bem como as ferramentas avançadas podem ajudar na apuração de uma matéria. No primeiro dia de Conferência Global de Jornalismo Investigativo, Guilherme mostrou ao público presente na sua apresentação como aperfeiçoar a busca por palavras e por imagens utilizando filtros e operadores e apresentou duas ferramentas menos conhecidas: o Google Trends e o Google Public Data. Filtros de pesquisa

Em uma pesquisa simples do Google, é possível filtrar resultados por país, idioma, data de publicação e cidade.

Investigação e uso de dados abertos

“Vamos fazer magia”. Assim  Giannina Segnini começou sua palestra na tarde de sábado (13) sobre a investigação do crime organizado através do uso de dados disponíveis na internet. O uso de sites de busca específicos para investigação de tráfico de drogas e armas foi o principal foco da mesa de Giannina. A investigação intermediada por sites de busca e pesquisa avançada, porém, pode apresentar riscos para os jornalistas. A apuração em reportagens investigativas é, como se sabe, fator essencial para fugir da divulgação de informações falsas ou manipuladas pelo poder público.

Miriam Leitão: “o jornalista precisa estar aberto a mudanças”

Uma das mais importantes colunistas e comentaristas do país, Miriam Leitão admite: quer “morrer na reportagem”. Depois de dar uma palestra, responder a perguntas, conceder autógrafos e tirar fotos, Miriam Leitão conversou com a equipe de cobertura do Congresso da Abraji nas escadas de um dos prédios da PUC-Rio. Nesta entrevista, ela conta que a inspiração para a apuração de Paraíso Sitiado, reportagem sobre a qual palestrou, foram as grandes histórias que marcaram o jornalismo impresso. “Eu sou entendida, eu sou vista, como uma jornalista multimídia, mas um segredo aqui entre nós: eu amo o jornalismo impresso”, disse . A sua perspectiva sobre os índios mudou depois que você fez a reportagem?